Roots hoje!

Qualquer reggae que não usasse sintetizadores como base principal passou a ser conhecido como roots, colocando sob a mesma denominação tanto o reggae internacional, quanto o roots original. Enquanto o reggae internacional continuava se mantendo em patamares bem mais modestos de venda (mas experimentando sucessos isolados como o de Ziggy Marley, que finalmente abriu o mercado americano, chegando ao topo das paradas em 1988, impulsionado pelo sobrenome famoso), o estilo roots continuou no ostracismo durante o restante dos anos de 1980 e o começo dos anos de 1990.
Englobando os dois estilos citados acima, o roots reggae continua sendo o preferido pela grande maioria dos fãs do ritmo pelo mundo. Esta predileção foi reforçada pela onda de reedições que se seguiu à substituição dos discos de vinil pelos CDs e agora toma novo fôlego com os retomadas de várias bandas como os já citados Meditations e o interesse despertado por veteranos como Lee Perry e Bob Andy. Muitos vêem este período como o mais importante e influente da música jamaicana, um ponto-de-vista contra o qual pode parecer difícil argumentar. Talvez o reggae naquele tempo fosse melhor trabalhado e elaborado do que o de hoje (até porque envolvia ainda mais instrumentistas). No entanto parece ser mais exato dizer que aquela era a música que melhor traduziu o seu lugar e época. Por isso ela continua cativando admiradores em todo o mundo com uma força poucas vezes igualada. Tal força criou uma nova situação que desafia os limitados rótulos e classificações cronológicas que podemos criar para melhor explicar a música que amamos, enquanto ilumina o que pode ser o futuro do reggae. Isso porque, nos últimos anos, o reggae jamaicano vem experimentando um resgate dos valores e dos ritmos do roots. Os antigos riddims estão sendo retomados com maior intensidade e uma nova geração, composta por artistas como Luciano, Yami Bolo, Sister Carol, Capleton, Morgan Heritage, Everton Blender, Tony Rebel
E o novíssimo Warrior King, vêm apresentando o que pode ser chamado de modern roots. Este estilo traz a mensagem política e religiosa do reggae dito tradicional, sem abdicar das facilidades tecnológicas, embora não abram mão de usar instrumentistas reais em suas músicas.

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